sexta-feira, 5 de julho de 2013

infinitos labirintos

primeiro achei divertido estar perdida, já havia sacado que havia errado o percurso traçado num papel pelo Arieh, meu amigo. tentei voltar, porém tentei por outro caminho, imaginei  que haveriam atalhos, como é comum existirem, mas isso não funcionou aqui. Subo a Santo Antônio e passo sem perceber a esquina onde devia dobrar em direção a rua Augusta (um cara me orientou a direção oposta, acho que foi de sacanagem). entrei numa rua de puteiros, todos em funcionamento e animados ao som de forró e conversa fiada. a cena já havia me fisgado, passei a andar devagar, deixei rolar, só queria perceber: o lugar, o movimento, as pessoas, a paisagem, os grafitis. 3 vezes tento atalhos, tres vezes dou voltas, subo desço e retorno ao mesmo lugar. todos os "atalhos" não eram atalhos, não havia a lógica que eu inventei , haviam infinitos labirintos e eu sem saber como sair. parecia que a cidade já ria da minha cara toda vez que eu me surpreendia diante do mesmo prédio, com o mesmo grafite que eu havia fotografado na primeira vez que passei ali. cada vez que me deparava com aquela imagem era de um angulo diferente. parecia que ela sorria pra mim e isso já estava sendo irritante. ruelas, escadarias, viadutos. sem ar e tonta, não encontrei o lugar que deveria ir, havia perdido a hora do compromisso, resolvi relaxar, aproveitar o fluxo e seguir. encontrei o que não procurava e isso foi muito bom.  por fim, a sorte me sorrir. volto feliz e cansada, percebo que já não há como perder o rumo. desço em direção aos cortiços do Bixiga pensando que em uma semana por aqui já me perdi inúmeras vezes, no entanto o caminho de volta tornou-se algo muito familiar.

Apesar de toda saga, consegui nos últimos minutos da tarde de hoje conhecer o atelier Schizzibooks e o fruto disso será uma parceria entre nós que em breve mostrarei aqui.



o grafiti no alto do prédio marca o lugar p onde retornei 3 vezes ao me perder. foi ele q me ajudou a sair dali e passou a ser uma referencia na minha cartografia visual.




 tenho a impressão que esse lambe é da Tikka Sobral, artista paraense que morou em sampa


meus novos caderninhos, um deles foi presente da Schizzibooks

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